Foi um grande susto. Há 100 anos, às 3h55 da madrugada do dia 27 de janeiro de 1922, os pinhalenses e habitantes de cidades vizinhas, num raio de 450 km, foram despertados abruptamente por um estrondo mais forte que um trovão
De acordo com os jornais da época, o barulho foi seguido de um chacoalhar da terra e de suas casas, que derrubou gente da cama, rachou paredes e colunas, quebrou louças e móveis e apavorou todo mundo.
As pessoas, em pânico, saíram às ruas, muitas gritando por socorro e “senhoras e senhoritas” em “trajes menores”. É possível que tenha havido pelo menos uma morte – de susto, diz a matéria da BBC News Brasil.
O terremoto de Pinhal
Com epicentro na região de Espírito Santo do Pinhal, o terremoto é até hoje o maior registrado na parte continental das regiões Sul e Sudeste do Brasil, com magnitude 5.1, na escala Richter.
As informações são do geólogo Alberto Veloso, professor aposentado da Universidade de Brasília (UnB), e do professor Marcelo Assumpção, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (USP).
No livro Sismicidade do Brasil, de 1984, do qual Veloso e Assumpção são coautores, há vários relatos sobre o abalo de 27 de janeiro de 1922, coletados em jornais e de pessoas entrevistadas por esses veículos.
Igreja de São Benedito
Os relatos da época também informavam que a Igreja de São Benedito, em Espírito Santo do Pinhal, “de construção defeituosa e atentatória a todos os princípio de engenharia, devido à desproporção da torre para o corpo estrutural do templo, apresentava, além das que já existiam, diversas novas fendas, ameaçando a torre vir abaixo”.
Técnicos que estiveram no local, “dada a violência do abalo, não sabem como essa torre não se derruiu completamente”.
Ainda de acordo com os jornais dos dias seguintes ao evento, citados no livro Sismicidade do Brasil, em diversas casas, os móveis que existiam no interior foram atirados ao chão e as louças de uso doméstico ficaram quase todas quebradas.
“Além disso, “diversas lojas tiveram as suas prateleiras caídas, sendo que vários negociantes foram muito prejudicados com quebra de mercadorias frágeis”.
De acordo com Assumpção, assim como todos os terremotos no Brasil, o de 1922 foi consequência indireta das forças que movimentam as placas tectônicas.
“Mesmo estando longe das bordas da Placa Sul-Americana, numa região que chamamos de intraplaca, o Brasil está submetido a pressões geológicas que podem causar tremores”, explica. “Alguns com magnitudes perto de 5 ou mais têm causado danos.”Y
Algumas regiões do país são mais propensas a sismos do que outras. Uma delas é justamente a da divisa entre São Paulo e Minas Gerais, que vai desde Espirito Santo do Pinhal (SP), passando por Poços de Caldas, até Araxá (MG). “Uma hipótese possível para explicar essa maior sismicidade, é que nessa região a placa sul-americana é mais fina, o que concentra as pressões geológicas que vêm das bordas das placas”, diz Assumpção.
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