Com a crescente volatilidade do dólar e euro e altas variações em seu valor, muitos se perguntam exatamente como funciona o câmbio e como ele pode impactar na economia do país e nos investimentos das pessoas. A taxa de câmbio é o valor em moeda nacional de outra moeda estrangeira. No caso do Brasil, ela corresponde ao valor em reais do dólar, euro, bitcoin ou qualquer outra divisa.
Nas transações internacionais, o dólar estadunidense costuma ser usado como padrão monetário e como referência, já que é a partir dele que se monitoram as oscilações de uma moeda e sua valorização frente às outras, mesmo que sejam mais fortes, como o euro ou iene japonês. Por aqui, a taxa de câmbio é considerada um sinônimo do preço do dólar em reais e às trocas entre essas moedas. Por exemplo, quando alguém compra dólares para viajar aos Estados Unidos está fazendo câmbio, e o valor em reais de cada dólar é a taxa de câmbio (US$ 1 pode equivaler a R$ 5 em um dia ou a R$ 5,02 em outro, por exemplo).
Influência do câmbio
O câmbio pode influenciar a economia de um país como o todo. No Brasil, por exemplo, inúmeras cadeias produtivas dependem de matérias-primas e insumos negociados em dólar, de forma que as oscilações cambiais influenciam nos preços de cada produto no mercado doméstico, afetando, consequentemente, a inflação.
No âmbito dos investimentos, diversas aplicações financeiras estão expostas ao câmbio, seja direta ou indiretamente. Em primeiro lugar, o câmbio afeta os preços das commodities e produtos negociados em bolsas de mercadorias, já que grande parte deles são cotados em dólar no mercado internacional. As commodities, por exemplo, são matérias-primas agrícolas, ambientais e minerais produzidas em larga escala e usadas no mundo inteiro, como madeira, açúcar, petróleo, milho e ouro.
Empresas brasileiras com dívidas no exterior também são fortemente impactadas pelos preços do dólar, o que pode influenciar em suas ações na bolsa de valores e, consequentemente, no investimento de acionistas. De forma mais direta, a aplicação em moedas estrangeiras tem um desempenho completamente dependente do câmbio. Ao investir nos fundos cambiais, por exemplo, você está aplicando em ativos expostos a moedas estrangeiras. Também é possível visitar o mercado forex através das melhores corretoras de forex para “apostar” uma moeda contra a outra e tentar levar a diferença como lucro – mas é importante notar que esse tipo de aplicação é volátil, já que não se pode prever se uma divisa será ou não valorizada, nem a curto e nem a longo prazo.
Mercado cambial
O mercado de câmbio do Brasil é regulado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e pelo Banco Central. Além dos bancos, podem operar no mercado de câmbio pelo BC instituições financeiras como corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários, casas de câmbio e agências de fomento. Além das empresas que compram e vendem moeda estrangeira, o mercado de câmbio também é formado por pessoas físicas, como turistas e profissionais que recebem pagamento em outras divisas.
É importante considerar o Valor Efetivo Total (VET) ao comprar uma moeda estrangeira, além da taxa cambial. Isso porque o VET inclui tarifas e taxas que podem ser cobradas pela instituição que vende, assim como o IOF, Imposto sobre Operações financeiras. A alíquota do IOF pode variar a depender do objetivo da operação. Por exemplo, para fazer compras internacionais com cartão de crédito, a alíquota era de 6,38%, mas passou para 5,38% em 2 de janeiro de 2023. A expectativa é que ela seja reduzida anualmente até chegar a zero em 2028, a não ser que o governo altere o decreto sobre o tema. Já para a compra de moeda estrangeira em espécie, o IOF é de 1,1%.