Em comemoração ao Dia do Tietê (22), o Governo de SP promove uma série de ações em prol do principal rio do Estado de São Paulo. No âmbito do programa IntegraTietê, lançado neste ano pela Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), destacam-se investimentos em desassoreamento, na ampliação da rede de coleta e tratamento de esgoto e na modernização dos indicadores de qualidade de água – todos definidos no âmbito do Fórum de Integração das Ações de Recuperação do Rio Tietê – com governança, participação de Comitês de Bacias e representantes da sociedade civil.
Para o Alto Tietê está prevista, entre 2023 e 2026, a ampliação das redes de coleta e tratamento de esgoto, com mais de 1,5 milhão de novos domicílios atendidos, benefícios que alcançam sobretudo a Região Metropolitana. As intervenções serão feitas pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Além disso, o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) vai remover 13,9 milhões de metros cúbicos de sedimentos para o Alto Tietê, no mesmo período.
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Outro ponto de destaque é a adoção de um novo indicador da qualidade da água do rio. O monitoramento passa a seguir um método mais transparente, seguro e preciso, com cálculo em tempo real: o COT (Carbono Orgânico Total). Agora a medição ocorrerá em duas frentes – quantidade de carga orgânica gerada na bacia do Tietê – medida no ponto de saída (Reservatório Edgard Souza) e a Concentração de COT nos afluentes da bacia do Tietê – incluindo o Rio Pinheiros. A partir do próximo ano, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) passa a ter 30 pontos de medição contra os atuais doze. O COT tem utilização referendada internacionalmente e está associado a projetos de despoluição de rios de vários países.
“A evolução desses índices nos permitirá leituras mais precisas e assertivas de cada região, o que poderá acelerar positivamente a elaboração e implantação de políticas estruturantes das quais o Rio Tietê necessita”, afirma a secretária Natália Resende. O índice anterior, DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio), além de ser uma leitura indireta, demanda cinco dias até a conclusão das análises. Todos os indicadores, assim como a série histórica de DBO dos últimos dez anos, estarão disponíveis para consulta pública no novo site do IntegraTietê, que será lançado na sexta-feira.
RELATÓRIO DE QUALIDADE – Ainda como parte das iniciativas em prol do Tietê, a Cetesb divulga, também no dia 22, o Relatório de Qualidade das Águas Interiores, que apresenta tendência de melhora no rio. As ações contínuas de saneamento, adotadas na Região Metropolitana, mantêm a tendência de queda da quantidade orgânica que sai da bacia do Alto Tietê – a partir da sua foz – ponto final da bacia hidrográfica, na cidade de Pirapora do Bom Jesus.
Em 2022, a carga orgânica média estimada teve redução em torno 44%, em relação à última década. A qualidade das águas, avaliada pelo IQA (Índice de Qualidade de Águas), no período de 2017 a 2022, apresentou as classificações Ótima, Boa e Regular, em 81% dos pontos monitorados, mantendo o mesmo patamar de qualidade dos últimos cinco anos.
PAISAGISMO – Em 50 quilômetros de extensão das margens do rio Tietê, entre a barragem da Penha e a barragem móvel – Cebolão (25 km de cada lado), o DAEE fará um novo paisagismo, com mais árvores e flores e a renovação do gramado. O investimento é de R$ 14,8 milhões no projeto, que inclui o plantio e manutenção de árvores e arbustos.
CULTURA – O Tietê também ganha cultura. O artista Eduardo Srur realiza grande intervenção artística nas duas margens de concreto do rio, na própria capital, denominada “Palavras que Salvam”. A extensão da obra é de 300 metros de comprimento, totalizando 5 mil metros quadrados de pintura a céu aberto. Serão utilizados 2,2 mil litros de tinta à base de água, durante 30 dias de trabalho, com estimativa de impacto visual em 1 milhão de pessoas por dia na área da exposição.
O projeto foi contemplado durante a pandemia no Programa de Ação Cultural (ProAC Direto), da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, e tem o apoio da Semil na realização. “A origem do nome Tietê, assim como tantos outros da cidade, vem do povo indígena e sua relação com a natureza”, comenta Srur. “A ideia é revelar a verdadeira identidade do rio, aquela que queremos como sociedade consciente: um rio limpo e navegável”. A intervenção de Srur tem inspiração na arte indígena brasileira com a presença de palavras em português e tupi-guarani na composição de duas grandes serpentes.